sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Copa Nilson


O homenageado desta 12ª edição da Copa dos Amigos do Chuck, escolhido pelo último campeão, Saffier, é o ex-jogador do Internacional Nilson Esidio Mora. O Nilson. Ou Nilson Pirulito, apelido dado por seu biotipo, negro, alto e magro.





A passagem pelo Inter ocorreu nos anos de 1988 a 1989. Em 88, se tornou herói da torcida colorada ao marcar os dois gols contra o Grêmio, no Beira-Rio, pela semifinal do Campeonato Brasileiro, no jogo conhecido como “Grenal do Século”. Calor de rachar. Estádio lotado. O Grêmio abriu o placar e pressionava, com Taffarel fechando o gol. O Inter teve um jogador expulso no final do primeiro tempo. Enredo de tragédia anunciada.

Missão impossível? Não para Nilson. O segundo tempo reservava para ele o status que guarda até hoje no coração da nação colorada.

Tudo começou depois de uma cobrança de falta, onde Nilson acertou um belo cabeceio (chutaço de cabeça, segundo alguns comentaristas) e empatou o jogo.  A pressão agora era colorada. E, num contra-ataque, final feliz. Foi desferido um chute cruzado que ia se encaminhando para a linha de fundo. Até que Nilson, que surgiu atrás dos zagueiros, escorou a bola para o fundo das redes, demonstrando todo seu faro de atacante. Festa no Gigante. Termina o jogo, 2x1. Virada histórica colorada e a desclassificação do arquirrival. Tal fato ainda rende churrasco de graça quando vai a Porto Alegre, segundo o próprio jogador.  






Durante sua trajetória no Inter, Nilson também presenciou o outro lado. Passou do céu ao inferno. De herói a vilão. Três meses depois, o time enfrentou outra semifinal em casa, dessa vez pela Copa Libertadores da América. Um empate bastava para a classificação frente ao Olímpia do Paraguai. O placar estava 2 a 2, quando o juiz assinalou um pênalti a favor do colorado. Nilson desperdiçou o lance e logo em seguida os paraguaios fizeram o terceiro. A partida foi para os pênaltis e, novamente, Nilson errou o alvo. Final, 5 a 3 para o time adversário. Durante as churrascadas, entre os louvores dos colorados, sempre há um engraçadinho que solta um “E aquele pênalti, hein?”

Ao longo de sua carreira, sempre teve passagens rápidas pelos clubes que defendeu, somando 27 ao todo. Tal feito o levou a ter fama de “cigano do futebol”, graças a manobras de seu empresário, que assinava contratos curtíssimos, para aproveitar a inflação alta da época.

Nilson defendeu a amarelinha, sendo convocado por Parreira, Lazaroni e Falcão. Também jogou no Peru, no México e na Espanha. Lá, aliás, depois de uns copos de vinho, entrou na arena e resolveu brincar de toureiro. Resultado: 1x0 para o touro. Mas nada que o impossibilitou de seguir marcando gols atrás de gols por todos os clubes que passou.

Apesar de ter vivido momentos antagônicos pelo Inter, Nilson certamente tem um saldo positivo junto à torcida colorada. Afinal, Grenal é Grenal.

Se os centroavantes dos 12 times participantes se inspirarem no homenageado desta edição, temos a promessa de um campeonato recheado de muitos gols. E muitas viradas, por que não?

3 comentários:

  1. Bela apresentação da Copinha, Tati.
    Em breve será publicada a tabela dos grupos e dos jogos da Copa Nilson Pirulito!
    Aguardem.
    ;)

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  2. Caramba Tati, muito bom mesmo! Parabéns!

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