O homenageado desta 12ª edição da
Copa dos Amigos do Chuck, escolhido pelo último campeão, Saffier, é o
ex-jogador do Internacional Nilson Esidio Mora. O Nilson. Ou Nilson Pirulito, apelido
dado por seu biotipo, negro, alto e magro.
A passagem pelo Inter ocorreu nos
anos de 1988 a 1989. Em 88, se tornou herói da torcida colorada ao marcar os
dois gols contra o Grêmio, no Beira-Rio, pela semifinal do Campeonato
Brasileiro, no jogo conhecido como “Grenal do Século”. Calor de rachar. Estádio lotado. O Grêmio
abriu o placar e pressionava, com Taffarel fechando o gol. O Inter teve um
jogador expulso no final do primeiro tempo. Enredo de tragédia anunciada.
Missão impossível? Não para
Nilson. O segundo tempo reservava para ele o status que guarda até hoje no
coração da nação colorada.
Tudo começou depois de uma cobrança
de falta, onde Nilson acertou um belo cabeceio (chutaço de cabeça, segundo
alguns comentaristas) e empatou o jogo. A
pressão agora era colorada. E, num contra-ataque, final feliz. Foi
desferido um chute cruzado que ia se encaminhando para a linha de fundo. Até
que Nilson, que surgiu atrás dos zagueiros, escorou a bola para o fundo das
redes, demonstrando todo seu faro de atacante. Festa no Gigante. Termina o
jogo, 2x1. Virada histórica colorada e a desclassificação do arquirrival. Tal
fato ainda rende churrasco de graça quando vai a Porto Alegre, segundo o próprio
jogador.
Durante sua trajetória no Inter, Nilson
também presenciou o outro lado. Passou do céu ao inferno. De herói a vilão. Três
meses depois, o time enfrentou outra semifinal em casa, dessa vez pela Copa Libertadores
da América. Um empate bastava para a classificação frente ao Olímpia do
Paraguai. O placar estava 2 a 2, quando o juiz assinalou um pênalti a favor do
colorado. Nilson desperdiçou o lance e logo em seguida os paraguaios fizeram o
terceiro. A partida foi para os pênaltis e, novamente, Nilson errou o alvo.
Final, 5 a 3 para o time adversário. Durante as churrascadas, entre os louvores
dos colorados, sempre há um engraçadinho que solta um “E aquele pênalti, hein?”
Ao longo de sua carreira, sempre
teve passagens rápidas pelos clubes que defendeu, somando 27 ao todo. Tal feito
o levou a ter fama de “cigano do futebol”, graças a manobras de seu empresário,
que assinava contratos curtíssimos, para aproveitar a inflação alta da época.
Nilson defendeu a amarelinha,
sendo convocado por Parreira, Lazaroni e Falcão. Também jogou no Peru, no
México e na Espanha. Lá, aliás, depois de uns copos de vinho, entrou na arena e
resolveu brincar de toureiro. Resultado: 1x0 para o touro. Mas nada que o
impossibilitou de seguir marcando gols atrás de gols por todos os clubes que
passou.
Apesar de ter vivido momentos
antagônicos pelo Inter, Nilson certamente tem um saldo positivo junto à torcida
colorada. Afinal, Grenal é Grenal.
Se os centroavantes dos 12 times
participantes se inspirarem no homenageado desta edição, temos a promessa de um
campeonato recheado de muitos gols. E muitas viradas, por que não?
Bela apresentação da Copinha, Tati.
ResponderExcluirEm breve será publicada a tabela dos grupos e dos jogos da Copa Nilson Pirulito!
Aguardem.
;)
Aula de história!
ResponderExcluirCaramba Tati, muito bom mesmo! Parabéns!
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